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sexta-feira

Maradona é melhor do que Pelé? Em que? Viva a unidade latino americana!




Querida amiga Professora Antonia Felix

Sou-lhe profundamente agradecido pelo seu gesto de compartilhar com seus contatos e amigos os textos de meu blog. Esta atitude vinda de uma intelectual de sua estirpe valoriza muito esta ferramenta e me responsabiliza ainda mais. 

No próximo domingo enfrentaremos o jogo das Seleções da Argentina e da Alemanha, no encerramento da Copa do Mundo, que nosso amado País acolheu com imenso prazer. 

Pelo fato de nossa Seleção Brasileira não passar para a final, nós brasileiros temos que escolher entre a Argentina e a Alemanha para torcermos com nosso entusiasmo e nossa reconhecida internacionalmente alegria.

A escolha, como sempre, mostra postura ideológica, como tudo o que pensamos e fazemos. A mídia coorporativa escolheu torcer pela Alemanha, embora alguns digam que nossa Presidenta Dilma entregar a taça para Messi seria uma humilhação para ela e muita  desejada pelo PIG. 

Muitos artigos hoje historiaram a origem e a gravidade das rivalidades entre Brasil e Argentina. As rixas tomaram forma de guerra quando ambos os países disputaram as fronteiras no Sul do nosso. Depois, durante os anos de chumbo, digladiaram em torno das prisões, torturas e desparecimentos dos presos que lutavam contra as ditaduras militares dos dois lados. Com o evento neoliberalismo Argentina e Brasil foram atormentados por governos inimigos de seus povos e de seus países, que os desgovernaram de frente para os Estados Unidos, de mãos dadas pela malfadada ALCA e de costas para as soberanias de suas Nações. Nesse contexto de conflitos cresceram as desuniões alimentadas pela mesquinhez do império do Norte. 

Adiante, com a derrota dos governos entreguistas, Argentina e Brasil deram-se as mãos para criar e fortalecer o Mercosul e depois a UNASUL, elos fundamentais da América Latina e da criação do BRICS.

É nesse contexto que nos movemos agora. Tanto que nesta quarta-feira, numa reunião dos Comitês de Educação e Científico e Tecnológico da Ibrapaz, aventamos a possibilidade de negociações com universidades Argentinas para o desenvolvimento de programas de mestrados e doutorados de estudantes brasileiros, por sabermos do alto nível acadêmico argentino e dos baixos custos em relação ao que se faz aqui no Brasil, onde o ensino superior privado resvalou para a vala das mercadorias caras e de baixa qualidade. 

Porém, ainda restam as discussões rasteiras sobre qual dos jogadores famosos é melhor, se Maradona ou Pelé.

No contexto que vivemos que não surgiu nesta Copa nem quando os dois jogavam, mas é fruto de décadas de lutas e de sacrifícios, faz-se necessário definir o que se entende por melhor e por pior, para avaliarmos Pelé e Maradonoa.

Com o neoliberalismo e, antes com o positivismo tacanho e cientificista superficial, entendia-se como melhor a pessoa de alto caráter técnico e profissional. A que sabia muito bem e eficientemente atender as demandas dos patrões e das organizações empresariais, sedentas de lucro com baixos custos: lucro máximo, custo mínimo, principalmente em forma de salários. O bom profissional é o fazedor completo e que entende muito bem do que faz. E só! Se lhe perguntassem sobre sociedade, sobre política, sobre cultura, sobre projetos nacionais, sobre conjuntura etc responderia que não entendia e nem lhe era exigido conhecimento fora dos limites de sua profissão. Para ele não importava se havia ditadura, neoliberalismo, atentados aos direitos humanos, desemprego, nada. O que importava é que fosse bom no que fazia e gerasse lucro para seus patrões e empresas privadas. Era um ser sem alma social, um avestruz de cabeça enfiada em esconderijos. 

Nesse sentido o Pelé foi melhor do que Maradona. Aliás, bem melhor no pior sentido possível. Durante a ditadura mediática-civil-militar-imperialista o “rei” do futebol alienado subiu à tribuna do Senado Federal para dizer que o povo brasileiro não sabia votar, por isso precisava da ditadura e que cada povo tem o governo que merece. Usou seu prestigio, enquanto milhares de brasileiros derramavam seu sangue na luta contra a opressão, outros amargavam exílios, outros gemiam sob as torturas dos terroristas golpistas encastelados no poder, Pelé deu sua voz para o terror e para os inimigos da Pátria. Com isso acobertou os porões de horror em nosso País. Durante o trágico governo do príncipe da privataria, Fernando Henrique Cardoso, o “rei” do futebol amado da Globo produziu as leis que transformaram o principal esporte brasileiro em produto usado por empresas poderosas no enriquecimento de cartolas, que roubaram do povo a cultura esportiva mais amada do mundo. É isso que Pelé deu ao nosso esporte brasileiro. Nossos jogadores são produtos baratos que enriquecem na Europa e geram lucros desmesurados para seus empresários, graças ao “melhor” jogador do Brasil. Pelé foi bom profissional dentro dos gramados do Brasil e depois vendeu-se aos Estados Unidos, onde usou gravata com as cores da bandeira do império. Os bons profissionais são assim: fazem somente o que lhes mandam fazer, não têm consciência social nem amor ao seu povo. Pelé renegou sua origem pobre e negra para fazer futebol branco para os brancos ricos e usuários do futebol negócio. 

Enquanto isso Maradona jogou excelentemente bem entre as 4 linhas onde atuou, principalmente no seu País. Lembro-me de suas pernas quase invisíveis de tanto que corria por todo o campo. Foi um profissional competente e comprometido com o futebol.

Mas Maradona foi ética e politicamente muito melhor do que Pelé. O jogador argentino transcendeu as linhas das quadras onde jogou para entregar-se ao povo de seu País e do seu Continente oprimido. Nunca se calou ante os que massacraram a juventude Argentina. Apesar de sofrer pressões incalculáveis ao ponto de se refugiar nas drogas por algum tempo, mas foi honesto para reconhecer-se doente e pedir ajuda. 

A história de Maradona fora dos campos é a do militante dos direitos humanos, da democracia, da justiça social e da paz entre os povos. Há inúmeras notícias que mostram o jogador platino ao lado do povo venezuelano em apoio ao seu Presidente Hugo Chávez, quando ameaçado de golpe e de morte pelo imperialismo sanguinário e egoísta. Maradona é amigo pessoal e se sente um filho do grande Comandante Fidel Castro, respeitado no mundo inteiro pelas pessoas esclarecidas e sensatas. Tenho notícias de que nosso irmão jogador argentino é também apoiador do Presidente Nicolas Maduro, da Venezuela, ameaçado de deposição pela oposição corrupta de lá e pelos maus brasileiros aqui sedentos de golpe. 

Portanto, não há comparação. Não basta ser bom no que se faz. Qualquer animal treinado faz bem o que um alienado produz. As máquinas, também. 

Neste momento Maradona aparece em fotos internacionais em apoio aos irmãos palestinos, barbaramente massacrados pelo genocídio nazista de Israel, aquele que não é povo de Deus. Onde está Pelé? Ao lado de quem tira fotos? A quem apoia? O que defende? 

No domingo será dever nosso torcer pela a Argentina, ao lado de Diego Maradona, nosso irmão latino americano, comprometido com o jogo dos oprimidos em busca de libertação e de dignidade. 

No domingo deveremos torcer pela Argentina contra a Alemanha e em favor da unidade latino americana, tão odiada pelo império estadunidense, por seus capachos europeus, pela mídia medíocre daqui e pelos vaiadores da democracia. 

Não há como separarmos o inseparável, se somos movidos pelo bom senso. O confronto entre a Argentina e a Alemanha no domingo, dia 13 de julho de 2014, será esportivo e político. Pelé e seus usuários torcerão pela Alemanha, Diego Maradona e o consenso pela justiça social nos ergueremos pela Argentina. 

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz, sem adocicamentos.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.


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